Suporte Técnico
O BOM E VELHO PAPEL

Gostaria de começar nossa coluna deste mês com um pensamento:

Você consegue imaginar algum produto que não tenha sofrido alterações substanciais nos últimos 2.000 anos?

O PAPEL!

A despeito dos métodos de registro de idéias terem evoluído muito (penas, canetas tinteiro, lápis, lapiseiras, máquinas de escrever, impressoras matriciais, laser, ink jet, off set, serigrafias, etc,etc, o papel continua quase que o mesmo.

Em partes podemos atribuir essa espetacular longevidade ao fato de que ele realmente funciona !!! Ele é versátil, flexível, durável, barato, prático e multi-uso. Palavras ou imagens podem ser nele registradas com carvões, gizes de cera, lápis, canetas de diversas tecnologias, impressoras, máquinas de vários tipos, enfim, uma diversidade total. Por mais avançada que seja a tecnologia, basicamente o papel é o papel....Com um ou outro tratamento, mas sempre o bom e velho papel.

Agora, após muitas e muitas tentativas de várias importantes empresas do mundo em destronar o papel, surge uma novidade que promete dar o que pensar.

É o Life paper. Imagine uma folha de papel, no formato A-4 onde você escreva, escreva , escreva e, ao terminar (ou o seu texto ou o espaço na folha) você simplesmente “check” um quadradinho e a folha está prontinha para ser usada de novo, virgem, sem qualquer anotação e, o melhor de tudo, o seu texto anterior guardadinho num “filme de memória” que estará “ensanduichado” na sua folha de papel.

Folhas e folhas depois, ao final da aula por exemplo, você ativa o blue tooth de seu celular, palmtop, desktop ou notebook e....ZAAP... todo o seu texto manuscrito está lá, à sua disposição para ser enviado por e-mail, SMS, Fax ou mesmo para ser impresso.

Isso se daria graças a uma impressão invisível de dots (pontos) no papel com micropartículas sensíveis que ao serem tocadas pela ponta da caneta (especial) as carregaria magneticamente e exporia um tom diferente da cor do papel. O texto estaria visível aos olhos do usuário e ao mesmo tempo comporia um mapa de informações a ser armazenado na memória interna do Life Paper, ou seja, uma folha de poliéster magnético (lembra das fitas k-7) super delgado que gravaria todas essas informações ao comando do usuário (“checking” o quadradinho) e desmagnetizando as partículas da superfície, apagando o que havia sido escrito.

As aplicações para esse produto seriam inúmeras e , até por isso, suas vendas exponenciais, o que se traduziria em ECONOMIA DE ESCALA. Tornaria o produto barato e acessível, iniciando o movimento “bola de neve” .

Diferentemente do que possa parecer, o emprego do condicional nos verbos do texto acima não deve remeter à ficção científica. Quatro grandes empresas multinacionais se uniram em torno desse projeto e já patentearam a primeira versão desse Life Paper.

O estágio atual é o de negociação com grandes empresas fabricantes de canetas (para a confecção das canetinhas especiais) , de telefones celulares (pretende-se que alguns modelos venham acompanhados com um jogo de Life paper + canetinha) de computadores portáteis, de palmtops e muitas outras).

Aparentemente o projeto Life Paper está viabilizado tecnicamente e a previsão é que sua primeira versão esteja disponível ao público em julho de 2.007.

Esperemos para ver.

Por outro lado, da mesma forma que se dizia que com o uso crescente dos computadores e seu barateamento acabariam com o uso do papel ou pelo menos reduziria esse consumo substancialmente e isso não aconteceu, pelo contrário, o consumo de papel é maior e maior no mundo todo, não há qualquer risco para os fabricantes do papel tradicional, como o conhecemos. Pelo contrário, o Life Paper será mais um item a ser produzido e que somar-se-á aos tantos tipos fabricados atualmente.

Você já parou para pensar que o papel está presente em TODOS OS MOMENTOS DE SUA VIDA? Sim, das fichas de admissão nos hospitais para o parto, embalagens dos equipos (papel grau cirúrgico) , produtos descartáveis de higiene hospitalar, certidão de nascimento, rótulos dos alimentos infantis, embalagens dos brinquedos, papéis escolares, livros, carteiras de identidades, cadernos, diplomas, curriculuns, escrituras de imóveis, certificados de propriedade de veículos, títulos eleitorais, cédulas monetárias, cheques, contratos, carteiras de trabalho, fotografias, painéis outdoor, passagens aéreas, cartões de visitas, certidões de cartórios, exames médicos, embalagens, etc,etc...

Um mundo de aplicações que nos acompanha do início ao final de nossas vidas. E a cada momento que uma ou outra aplicação deixa de existir, outras tantas passam a utilizar os papéis. Com algumas alterações de características mas ... Papel !

Vivo muito próximo de toda essa dinâmica pois trabalho em uma das produtoras de papéis de maior especialização no Brasil, a Filiperson. Posso assegurar que o departamento da empresa com maior agitação é justamente o depto de desenvolvimento de novos produtos.

Com base em pesquisas no país ou no exterior ou a partir de solicitações dos seus clientes a Filiperson é antes de fabricante de papéis, um laboratório de pesquisa e desenvolvimento de produtos e/ou aplicações.

É gratificante trabalhar com um produto consagrado e que ao mesmo tempo é sempre novo.

Trabalhamos arduamente para que esse nosso velho companheiro , o papel, esteja sempre jovem, atual e com um futuro promissor.

Abraços e até o próximo mês.

Daniel Grassiotto
Gerente da Unidade Digital
Filiperson Papéis Especiais